Um Filme Simples, Mas Bem Executado e Emocional

Quarteto Fantástico: Primeiros Passos estreou nos cinemas brasileiros em 24 de julho de 2025, marcando um dos lançamentos mais sólidos da Marvel neste ano. Após o lançamento de Thunderbolts, que acabou sendo um filme mediano e funcional, a chegada do Quarteto trouxe um frescor diferente ao calendário do estúdio.

Coincidentemente, o longa chegou aos cinemas no mesmo mês que Superman, da DC, criando o embate que muitos fãs adoram ver: Marvel x DC lado a lado nas bilheterias. No entanto, as propostas são bem distintas. Enquanto Superman aposta em uma estética mais cartunesca e fiel ao heroísmo clássico dos quadrinhos, Quarteto Fantástico: Primeiros Passos traz uma abordagem mais humana e emocional, indo além do simples combate entre heróis e vilões.

O filme se posiciona como uma verdadeira história de família, tanto para o público quanto para a própria narrativa, resgatando a essência do grupo criado por Stan Lee e Jack Kirby. Diferente das adaptações anteriores, que priorizavam o espetáculo heroico, esta nova versão acerta ao explorar o lado familiar e os vínculos entre os personagens, entregando uma experiência que mistura aventura, drama e união.
Crítica Detalhada:
O filme abre apresentando um novo universo cinematográfico onde o Quarteto Fantástico é a única equipe de heróis existente. Logo na introdução, vemos como eles são exaltados pelo povo, com flashbacks de grandes feitos: desde a promoção da paz entre nações e a união de países até momentos de glória salvando vidas e ajudando pessoas. Essa sequência inicial também mostra o lado mais íntimo e familiar do grupo, como o tradicional jantar que compartilham juntos, até que Sue Storm revela uma grande novidade: está grávida.

A trama gira em torno dessa família que, após ser atingida por radiação cósmica no passado, se tornou o lendário Quarteto Fantástico. Agora, eles aguardam a chegada de seu novo integrante, Franklin Richards, que cresce no ventre de Sue. Mas a comemoração é interrompida pela aparição inesperada do Surfista Prateado, que traz um aviso sombrio: Galactus está vindo para devorar a Terra — e não há escapatória.
Determinados a impedir a destruição do planeta, o grupo parte para o espaço a fim de negociar com Galactus. É nesse momento que descobrem uma cruel exigência: o único modo de salvar a Terra seria entregar Franklin ao devorador de mundos. Recusando-se a sacrificar o filho, o Quarteto retorna à Terra para se preparar para a batalha final, dispostos a proteger não apenas o planeta, mas principalmente sua família.
Apesar da história simples, o longa consegue transmitir uma mensagem poderosa sobre até onde uma mãe — e, por extensão, uma família — é capaz de ir para proteger seu filho. É um enredo comovente e carregado de peso emocional, mas que também apresenta algumas falhas: Ben Grimm (O Coisa) recebe pouco desenvolvimento, há pouca ação em relação ao potencial do grupo, e tanto Reed Richards quanto o Surfista Prateado são subaproveitados em alguns momentos. Galactus, embora seja uma presença ameaçadora, não exibe toda a imponência que os fãs esperavam.
Ainda assim, Quarteto Fantástico: Primeiros Passos se assemelha a um episódio marcante de uma animação: curto, intenso e emocionalmente impactante, mas com ritmo acelerado. A conclusão, emotiva e satisfatória, garante que o público saia do cinema com o coração aquecido, mesmo que alguns desejem um pouco mais de profundidade e espetáculo.