A tão esperada segunda temporada de The Last of Us finalmente chegou ao HBO Max, adaptando os eventos polêmicos do segundo jogo da franquia. Mas será que a série está fazendo jus ao legado deixado por Joel e Ellie? Confira nossa crítica completa do episódio 1 e descubra o que acertou — e o que já preocupa os fãs.

Um recomeço tenso e promissor
O primeiro episódio da segunda temporada de The Last of Us dá continuidade direta aos eventos do final da temporada anterior (e do primeiro jogo), trazendo os desdobramentos da chocante escolha de Joel no hospital dos Vagalumes. Ellie agora sabe a verdade: Joel sacrificou a chance de uma cura para salvá-la, exterminando todos os que sabiam de sua imunidade ao fungo.
A série apresenta um time skip significativo. Joel e Ellie estão mais velhos, vivendo no assentamento com Tommy. Ellie já é uma jovem adulta, mas a tensão entre ela e Joel é evidente. O roteiro já planta os primeiros sinais do conflito que tomará conta da temporada.
Além disso, novos personagens são introduzidos — figuras centrais da história do segundo jogo — com motivações claras e impactantes: a vingança pela morte dos Vagalumes. Esse primeiro contato estabelece bem os alicerces para o drama que se desenrolará nos próximos episódios.

Joel mais frágil? Um retrato polêmico
Apesar de seguir o fio narrativo do jogo com fidelidade em muitos pontos, o episódio escorrega em algumas escolhas que destoam da essência original, principalmente no que diz respeito a Joel. Nos jogos, ele é um sobrevivente frio, calculista, endurecido pelas perdas e pelas batalhas. Na série, vemos um Joel fragilizado, sofrendo de ansiedade e culpa — ao ponto de fazer terapia, algo inexistente no jogo.
Essa mudança pode até ter sido feita com a intenção de aprofundar a humanidade do personagem, mas acaba desfigurando sua identidade. O Joel da série parece enfraquecido logo de cara, o que compromete sua presença no enredo.

Críticas sociais forçadas?
Outro ponto que chama atenção é a tentativa da série de inserir uma crítica de igualdade entre casais e personagens. Uma cena específica questiona por que Ellie e sua parceira não poderiam enfrentar infectados como Joel e Tommy. A ideia é compreensível, mas dentro da lógica do universo pós-apocalíptico da série, parece incoerente. Joel e Tommy são combatentes experientes, enquanto as garotas embora corajosas — ainda estão começando sua jornada em termos de sobrevivência. O episódio sugere igualdade de preparo, mas ignora a lógica do mundo violento e cruel que a série propõe.
Além disso, a Ellie apresentada neste episódio parece menos madura do que na primeira temporada — o que vai contra a progressão natural que vimos até aqui. Isso pode preocupar fãs mais atentos à construção emocional e psicológica da personagem.

Conclusão: O que esperar da nova temporada?
A segunda temporada de The Last of Us começa com potencial e mantém, até certo ponto, a fidelidade ao jogo. No entanto, alterações na personalidade dos personagens e a introdução de pautas contemporâneas de forma forçada podem dividir o público. Ainda assim, para quem jogou The Last of Us Part II, é possível prever momentos emocionantes (e devastadores) nos próximos episódios.
O início foi dado. Agora, resta saber se a série conseguirá manter o equilíbrio entre drama, ação e respeito ao material original